Por Folha/SP
Numa noite fria, com chuva e ventos fortes de até 122 km/h, a cerimônia de encerramento da Olimpíada do Rio celebrou a saudade. Sensação encerrada com um autêntico desfile de Carnaval no fim da festa, com direito a carro alegórico.
O sentimento de nome exclusivo do idioma português foi representado em poema homônimo de Arnaldo Antunes, declamado na festa. Estava na música “Mulher Rendeira” (“Olé, Mulher Rendeira / Olé mulhé rendá / Saudade levo comigo / Soluço vai no emborná), e também em “Asa Branca”, cuja descrição das lembranças do sertão nordestino foi executado ironicamente sob chuva fina e persistente.
“Estes foram Jogos Olímpicos maravilhosos, na cidade maravilhosa”, declarou o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), o alemão Thomas Bach, em seu discurso final.
O público que encheu –mas não lotou– o Maracanã aproveitou como pôde a festa. Fez coreografias não programadas que chamaram a atenção pela sincronia. Vibrou com cenas dos brasileiros campeões olímpicos, como a judoca Rafaela Silva e o atacante Neymar, Michael Phelps e Usain Bolt nos melhores momentos dos Jogos exibidos no telão.
A saudade se manifestou pela primeira vez no público quando respondeu com um “Aaaaahhh” a Bach, quando declarou encerrado o evento.
O apagar da pira foi feito ao som de “Pelo tempo que durar”, de Marisa Monte e Adriana Calcanhoto, cantada por Mariene de Castro. Uma chuva simulada –a real já havia cessado– acabou com a chama olímpica no estádio, sob aplausos.