“Fui convencido por meus amigos e companheiros a não pendurar a sunga”. Por um instante, o potiguar Clodoaldo Silva parecia anunciar que a anunciada aposentadoria, marcada para começar no primeiro dia após os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, seria mais uma vez adiada.
A dúvida durou apenas o instante de sua pausa dramática. Para não ficar nenhuma dúvida, ele emendou, com uma risada bem-humorada: “Afinal, pendurar a sunga é obsceno. Vou mesmo pendurar meu óculos e minha touca”.
Ele garantiu que, dessa vez, o adeus é definitivo. “Em Londres, estava tudo programado para eu parar. Mas vários fatores me fizeram continuar. Primeiro, recebi algumas ameaças de morte da seleção. Depois, a chegada da minha filha, em 2011. Queria que ela estivesse na arquibancada para torcer por mim, que ela me visse não por meio de imagens ou ouvisse alguém contando.
Também recebi várias mensagens pedindo para eu seguir adiante, da mesma forma que estou recebendo agora. Mas agora eu parei mesmo. Estou velho”