O presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira (17), em encontro com empresários em São
Paulo, que os protestos contra a reforma da Previdência têm "natureza política" e não possuem argumentos técnicos.
Na quarta-feira (15), ocorreram manifestações em todas as capitais do país contra as mudanças na Previdência enviadas pelo governo ao Congresso. Em São Paulo, e na região metropolitana da
capital paulista, por exemplo, ônibus e metrô pararam no início da manhã (a circulação voltou parcialmente por volta das 8h30).
Opositores da reforma alegam que as mudanças vão retirar direitos do trabalhador, o que
Entre as medidas propostas pelo projeto de reforma está a criação de idade mínima de
aposentadoria de 65 anos, para homens e mulheres, e a exigência de que os trabalhadores
contribuam por 49 para terem direito ao benefício integral pelo INSS.
"Vejo movimentos de protesto de natureza política, não têm argumento técnico. Se nós
evidenciarmos que não há deficit na Previdência, como foi contestado, nós dizemos: 'bom,
não precisa fazermos nada'. Mas nós temos um déficit de R$ 149 bilhões", afirmou Temer no
discurso para os empresários.
O presidente voltou a dizer que o texto da reforma da Previdência, que está em análise no
Congresso, pode passar por alterações pontuais. Segundo ele, o essencial é que se mantenha a
"espinha dorsal" da proposta enviada pelo Palácio do Planalto.
"Haverá modificação em um ou outro ponto? É muito provável. Achamos que a proposta ideal, fundamental, para colocar o país nos trilhos, é aquela que o Executivo mandou. Se houver
necessidade de conversaçãoes, não estamos negando. O que não podemos é quebrar a espinha
dorsal da Previdência", disse o presidente.