Única Escola Estadual de tempo integral em Mossoró sofre por falta de estrutura
Com a intenção de protestar contra a falta de estrutura, condições básicas para o ensino e o não pagamento das gratificações, trabalhadores e trabalhadoras das 18 escolas contempladas com o regime de tempo integral pelo governo do estado, realizam nesta segunda-feira, 5, uma parada de advertência.
Os professores reivindicam os 30% de gratificação que era para ter sido pago no final do mês de maio, mas até o momento continua sem perspectivas.
Sendo considerada a vitrine na educação pelo governador Robinson Faria, a “escola de tempo integral” entra no rol dos projetos de governo que no papel é uma bela proposta, mas na realidade muito longe da sua efetivação.
A escola Francisco Antônio de Medeiros, no bairro Belo Horizonte, em Mossoró, é umas das 18 no estado contempladas pelo governo para abrigar o ensino médio integral, com cerca de 350 vagas iniciais para os alunos da zona urbana e rural.
É feito um esforços enorme dos professores e funcionários para garantir a continuidade das aulas e o funcionamento básico da escola. Com uma estrutura física precária, falta de professores e a deficiência na alimentação, os alunos compreendem o esforço coletivo que é desempenhando pelos profissionais para lhes garantirem uma educação diferenciada.
Estrutura precária da escola prejudica o trabalho dos professores
Com o regime integral de aulas, a alimentação é um dos gargalos enfrentados pela direção da escola, tendo o seu custo aluno/dia fixado em 60 centavos, um valor insuficiente para garantir a quantidade e qualidade necessária.
O esporte e a recreação também se tornam elementos importantes e vitais dentro do projeto de ensino integral, porém a escola Francisco Antônio de Medeiros não dispõe de professores de educação física e o seu único campo de futebol está completamente tomado por um matagal.
Campinho de futebol que poderia ser espaço de lazer é tomado pelo mato
A avaliação do SINTE e dos professores da escola é que, como princípio, o ensino integral é bom para a educação, mas não pode ser apenas um instrumento de propaganda de governo. “O Estado faz tudo ao contrário, primeiro deveria ter dotado as escolas das condições físicas, estruturais e pedagógicas adequadas para só após iniciar o projeto. O que temos visto em todas as 18 escolas de tempo integral é a precariedade dessas condições”, disse o coordenador geral do SINTE RN, professor Rômulo Arnaud.
Diretora da Escola Francisco Antônio de Medeiros recebe dirigentes do SINTE
Para a professora e coordenadora do SINTE Regional Mossoró, Inalda Lira, o governo Robinson continua devendo muito ao povo do Rio Grande do Norte. “Infelizmente nossa educação não tem tido o tratamento que merece, sofremos pela ausência de medidas que efetivamente melhorem a educação pública”.