A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva suspeita que o Ministério Público Federal pode estar ocultando provas da inocência do petista; os advogados de Lula pedem os arquivos do software MyWebDay, sistema que a Odebrecht usava para gerenciar a contabilidade das propinas que pagava.
Os advogados de Lula querem acessar o sistema porque acreditam poder reforçar a tese de que o ex-presidente não recebeu dinheiro da empreiteira; o MP diz que até hoje não conseguiu penetrar no sistema.
247 - O Ministério Público Federal diz que, até agora, não conseguiu acessar o MyWebDay, sistema que a Odebrecht usava para gerenciar a contabilidade das propinas que pagava. A afirmação, do procurador Deltan Dallagnol, foi feita à Justiça em resposta aos advogados de Lula, que querem conhecer o explosivo material.
O mistério do arquivo virou mais um motivo de discórdia entre Dallagnol e os defensores de Lula. Eles insistem que o MP tem o material e não quer liberá-lo.
Para os advogados, o sistema mostraria que Lula não recebeu dinheiro da empreiteira.
A descoberta do arquivo-bomba, quando uma funcionária do departamento de propinas da empreiteira foi presa, causou furor em 2016 –e empurrou a Odebrecht para a delação. Na época era tido como certo que o software mostraria ordens de pagamentos não apenas a políticos mas também a integrantes do Judiciário, da diplomacia e de tribunais de contas, por exemplo.
As informações são da coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.