Fabiano, da ficção de Vidas Secas (1932), costumava sonhar de olhos abertos. Imaginava as crianças dele com outro futuro, fartando-se em água. Mas conviviam com a falta… Não só no passado. Em pleno século 21, o gesto de abrir uma torneira em casa ou acionar a irrigação no campo ainda não é diário, imediato ou real em algumas regiões no país.
Dados da Agência Nacional de Águas (ANA) mostram que a demanda por uso de água no Brasil deve aumentar em 30% até 2030. Isso não é ficção. Para que o país não passe por crises hídricas no futuro, pesquisadores, empresas e órgãos públicos buscam soluções para evitar o desperdício. Aproveitamento da água da chuva, reúso, construções sustentáveis, dessalinização e despoluição são algumas das medidas possíveis para que a falta não se torne rotina.
O Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos, lançado no 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília, propõe a busca de soluções baseadas na natureza (SbN), que usam ou simulam processos naturais, como alternativas na gestão da água no mundo.