247 - Encerrada a Copa, a pouco menos de três meses para o primeiro turno das eleições (faltam 83 dias), o Brasil respira sua crise e está diante da encruzilhada. Lula, preso, lidera as pesquisas de intenção de voto com mais de 30%; a direita está atarantada, com seus candidatos muito mal nas pesquisas e a primeira desistência, a de Flávio Rocha; apesar dos esforços de Ciro, a esquerda e a centro-esquerda dão sinais de que marcharão com Lula ou o nome que ele indicar se o plano do golpe de vetar sua participação no pleito tiver sucesso; a extrema-direita, com Bolsonaro, está consolidada em segundo lugar. Enquanto isso, o país afunda numa crise econômica sem precedentes enquanto vê seu patrimônio vendido a preço de banana, os trabalhadores com seus direitos liquidados e os pobres desassistidos.
O tempo é curto, há um impasse gravíssimo na sociedade e as forças que deram o golpe escorregam para a mais grosseira ilegalidade, no Executivo e no Judiciário. O cálculo que fundamentou toda a estratégia da direita fracassou: imaginava-se que, preso e censurado, Lula cairia rapidamente no esquecimento popular. Ao contrário disso, quanto mais o tempo passa, mais ele se torna o ponto de equilíbrio do país, mais cresce nas pesquisas e angaria expressivos apoios de líderes internacionais.