247 - A ausência de Jair Bolsonaro, internado em estado grave no Hospital Albert Einstein, deixou sua candidatura acéfala. Sem condições para tomar decisões e definir quaisquer que sejam os rumos da campanha, o vácuo de protagonismo abriu uma disputa acirrada pelo comando do 'espólio eleitoral' que ainda figura na segunda colocação nas pesquisas de intenção de voto. Há troca de farpas entre os três filhos do ex-capitão, o vice, general Mourão e o presidente do PSL, Levi Fidelix.
A reportagem do jornal Folha de S. Paulo narra a agonia de uma campanha: "núcleos diversos da candidatura deixaram de se falar devido ao arranjo particularíssimo da estrutura colocada em campo, que girava em torno do deputado. Com a nova cirurgia de emergência a que ele teve de ser submetido na noite de quarta (12), só com muito otimismo aliados acham ser possível contar com vídeos de campanha gravados pelo deputado no hospital."
A matéria ainda destaca o quadro de saúde do presidenciável e as limitações severas que essa condição impõe: "o agravamento do quadro descarta, na prática, a volta física do deputado à disputa, inclusive no caso de ele chegar ao segundo turno. Os três filhos mais velhos do candidato, todos políticos e ligados à campanha, buscam tomar as rédeas do processo."
O PRTB, partido do candidato a vice, general Mourão, chegou a consultar o Tribunal Superior Eleitoral sobre a possibilidade de Mourão ocupar o púlpito destinado a Bolsonaro em debates. Segundo a reportagem, "isso irritou a família, que viu no movimento um açodamento indevido, além de ter sido feito sem consulta ao PSL."