As acomodações da velha forma de se fazer política cobrou a conta nas eleições desse ano, principalmente, para a família Jácome. Antônio, pai, e Jacó, filho, ficaram sem mandatos pela primeira vez em anos em uma jogada política que não deu certo.
Antônio Jácome, que já foi deputado estadual por diversas vezes, chegando a postos importantes como líder do governo na então gestão de Garibaldi Alves Filho, que já foi vice-governador ao lado de Wilma de Faria e que havia sido eleito deputado federal com uma boa votação em 2014, caiu no canto da sereia.
Ele, que se encaminhava para uma renovação de mandato, optou pelas velhas acomodações políticas. Jácome pai aceitou o convite de ser candidato a senador feito por José Agripino Maia, que ali abriria mão de uma candidatura ao Senado Federal como um suposto gesto de gratidão em troca do apoio de Jácome para a chapa de Carlos Eduardo Alves. Agripino já sabia que sua reeleição era praticamente impossível diante dos baixos desempenhos nas pesquisas e de sua altíssima rejeição, e que, assim, disputaria uma vaga para deputado federal.
Para Agripino, uma jogada de mestre. Para Jácome, uma possibilidade real se tornar senador da República na dobradinha com o então senador de um milhão de votos Garibaldi Alves Filho. Mas naquele momento não se vislumbrava o fenômeno Styvenson Valentim, o crescimento de Zenaide Maia e, principalmente, o sentimento do eleitorado. Apoio fechado.
O baque da Jácome começaria a ser sentido pelos fatores internos ao longo da pré-campanha, quando Carlos Eduardo Alves, então pré-candidato ao Governo do Estado, já não agia para solucionar os conflitos internos e deixava tudo correr frouxo. Se sentiu usado e abandonado, praticamente como um candidato laranja. Ao longo da campanha, viu seu nome cair cada vez mais. O grupo político ainda acreditava em um milagre e também apostava as fichas em Jacó, o filho que, através da influência do pai, disputou a eleição para vereador de Natal em 2012 com apenas 20 anos de idade e foi eleito com 5.942 votos e que disputou a eleição para deputado estadual em 2014 e conseguiu 28.620 votos que o tornou “o deputado mais jovem do RN”.
Mas o final não foi o esperado. Jácome já sabia da situação difícil e viu seu nome figurar sempre atrás dos mais cotados para senador. Jacó até brigou pela última vaga, mas viu, ao final da apuração, a renovação do mandato se transformar em suplência.
Antônio Jácome terminou a apuração na quinta colocação com 307.399 votos, o que equivaleu a 10,52% dos votos válidos. Jacó terminou na primeira suplência da coligação Trabalho e Superação II com 26.864 votos, um total de 1.59% dos válidos, que o deixou na 26ª colocação da votação nominal.
Jácome: pai e filho fora de mandatos eletivos em uma jogada que não começou bem e fadada ao insucesso. A conta chegou.
O BG antecipou