domingo, 21 de outubro de 2018

Puxadores de voto valem R$ 230 milhões para seus partidos

André Dusek/Estadão

Os paulistas que teclaram na urna eletrônica os números de Eduardo Bolsonaro ou Joice Hasselmann – os dois candidatos a deputado federal mais votados do País nas eleições 2018 – assinaram também um cheque de pelo menos R$ 110 milhões em recursos públicos para o PSL, o partido da dupla. O dinheiro será recebido ao longo dos próximos quatro anos.
Em conjunto, os dez deputados federais mais votados do País valerão cerca de R$ 230 milhões – se eles fossem um partido, ficariam em terceiro lugar no ranking do recebimento de verbas públicas. Cada voto recebido por esses parlamentares significará um ingresso de R$ 38 nas contas de seus partidos durante o mandato.
Os recursos são os do Fundo Partidário, que bancam as atividades e a estrutura dos partidos políticos, além de parte dos gastos eleitorais. As verbas vêm do Orçamento da União e são distribuídas proporcionalmente aos votos que cada legenda recebe na eleição para a Câmara dos Deputados.
Somados, Eduardo e Joice receberam 2,9 milhões de votos, o que equivale a 3% do total para deputado federal em todo o País – incluindo a votação de legenda. Isso é mais do que o total destinado a 24 partidos, entre eles PSOLNovoPodemos, PROS e PTB.
Por causa da avalanche de votos, os dois deputados serão responsáveis por um quarto dos recursos do Fundo Partidário que o PSL receberá. Eles valerão R$ 27,6 milhões em 2019 e R$ 110 milhões ao longo de quatro anos. Daniel Bramatti, O Estado de S.Paulo

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