O alto índice de renovação política resultante das eleições mexeu com o perfil da próxima Câmara dos Deputados, que terá um aumento da representação de militares e líderes evangélicos, enquanto professores e médicos terão participação menor.
A guinada conservadora no Congresso, legitimada pelo resultado das urnas, também vai reforçar a atuação das bancadas temáticas conhecidas como “boi, bala e Bíblia” —frentes parlamentares pautadas por interesses do agronegócio, de setores linha-dura da segurança pública e de denominações cristãs.
O levantamento foi feito pela Folha com base em informações da Secretaria-Geral da Câmara e do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar).
No novo mandato, esses grupos encontrarão um cenário diferente do observado nos governos dos últimos presidentes eleitos, Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, que resistiam ao avanço de temas defendidos por essas bancadas. A gestão de Jair Bolsonaro (PSL) promete ser alinhada à pauta conservadora.
O perfil profissional informado pelos 513 parlamentares que assumem o cargo em fevereiro mostra que o principal contingente será de empresários e administradores de empresas (135) e advogados (102), que terão quase metade das cadeiras na Câmara, perfil semelhante ao do atual mandato.
Ranier Bragon e Bernardo Caram – Folha de São Paulo
Ranier Bragon e Bernardo Caram – Folha de São Paulo