A morte de um adolescente de 17 anos no Hospital Regional de São Paulo de Potengi causou revolta de familiares e da população no município da região Agreste potiguar. O caso aconteceu na noite desta segunda-feira (10), quando não havia médico de plantão na unidade. Segundo a família, David Guimarães passou mal enquanto jogava bola com amigos. Ele foi levado por parentes para a unidade de saúde, mas aguardou atendimento de urgência por três horas, não resistiu e morreu no local.
A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte confirmou que não havia médico na unidade, porém declarou que os enfermeiros tentaram reanimar o jovem, que já teria entrado no hospital sem vida. A suspeita é de que ele tenha sido vítima de um ataque cardíaco. Conforme o relato da família, o hospital não tinha nenhum médico de plantão e, apesar de haver duas ambulâncias no local, nenhum motorista estava à disposição, para que fosse realizada transferência para outra unidade.
“Muita revolta. Meu filho chegou aqui com vida ainda, não tinha médico, esperamos mais de 3 horas aqui e não tinha médico. Não teve assistência pro meu filho”, lamentou a mãe dele, Dalvaci Guimarães. O relato também é confirmado por amigos e familiares que estavam no local.
Porém a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte afirmou, por meio de nota, que a equipe de enfermagem do hospital prestou o atendimento ao paciente, com auxílio do Serviço de Atendimento de Móvel de Urgência (Samu), através de videoconferência. Ainda acordo com a Sesap, o paciente já chegou ao local em um “quadro morte” e a equipe teria atuado tentado realizar reanimação por uma hora e meia. Ainda conforme a nota, pelos protocolos de atendimento, em casos de intercorrências cardíacas, os pacientes devem ser transportados em ambulância com suporte de UTI e o hospital só tinha carros com suporto básico.
“A Secretaria reconhece que existe um déficit na escala de plantão do hospital, mas está trabalhando para reverter o quadro, tentando realocar profissionais aprovados no último concurso público para suprir a necessidade”, afirmou a Sesap, sobre a ausência de um médico de plantão na unidade.
Do G1 RN