Estancar o crescimento das despesas é a prioridade número um de ajuste fiscal que já deveria estar sendo deflagrado nos primeiros dias de governo da recém-eleita governadora Fátima Bezerra.
A opinião é do empresário e administrador Renato Cunha, ex-coordenador da Região Metropolitana, cargo da Secretaria de Planejamento e Finanças ocupado por ele durante o governo Robinson Farias.
Em entrevista ao programa “Agora é Show”, da Rádio Agora 97,9 FM, Cunha disse que essa medida extrema teria como companhia um reordenamento de cargos e valores das remunerações respectivas.
O administrador acredita que, diante de evidências crescentes de uma retomada da economia brasileira, o RN já deveria estar se preparando para colher frutos de um crescimento da arrecadação em 2019.
“Medidas como aumento da alíquota da contribuição previdenciária, além de privatização de estatais, como a Caern e a Potigás, também deveriam figurar entre as medidas mais urgentes do governo de Fátima”, acrescentou.
Para Cunha, no entanto, se os gastos não forem contidos com vigor e de forma enérgica imediatamente, a situação financeira do RN, que já é bastante grave, tenderá a piorar muito mais daqui para frente.
Ainda segundo ele, a solução do congelamento dos salários “é a única medida amarga” capaz de começar a solucionar os atrasos na folha de pagamento. “Quando você aumenta o salário do professor, por exemplo, aumenta também o do professor aposentado, o que é muito justo, mas impacta diretamente as finanças públicas”, argumenta.
Seria, acrescenta, uma medida extensiva não só para o Executivo, como também para os poderes Legislativo e Judiciário.
No ano passado, durante a tentativa do governo Robinson de aprovar medidas de ajuste fiscal, Renato Cunha criticou deputados e senadores do Rio Grande do Norte que, segundo ele, estavam na ocasião “de camarote assistindo e torcendo” pelo agravamento da crise generalizada no estado.
Na ocasião, ele isentou o governador de responsabilidade pelas dificuldades econômicas e creditou a outros governos a implementação de medidas que prejudicaram a saúde financeira do estado.
O empresário criticou, por exemplo, o reajuste no repasse dos duodécimos para os demais poderes. “Não foi Robinson quem aumentou (…), mas foi este governo quem ajuizou no CNJ e no STF ação para que os poderes devolvam os recursos que receberam a mais ao longo dos anos”.
Agora RN