Se você come e é adepto a ginga com tapioca, prato tradicional servido nas praias de Natal, especialmente na Redinha, é considerado debiloide pelo médico e escritor Armando Negreiros. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o profissional da saúde usa o termo para alertar que a iguaria pode desencadear problemas de saúde, levando até ao desenvolvimento de um câncer no intestino.
O médico faz a declaração ao ser questionado sobre o que pensa sobre a ginga com tapioca. “Um absurdo, aquilo escapa uma espinha, se introduz no tubo digestivo, que pode ser desde o esôfago até o reto, e ali, silenciosamente, se transformar em câncer ou perfuração do esôfago, cujo índice de óbito é de 50%, mediastinite”, explica no vídeo e finaliza: “Então, quem come ginga com tapioca é debiloide”.
Mas calma! Não há garantias de que;
quem come a iguaria realmente venha a ter inflamação do tecido celular do mediastino (ou que venha a ser debiloide). O Portal NoAr entrou em contato com o médico para esclarecer o assunto e, mesmo reafirmando sobre o risco para a saúde, ele disse não ter conhecimento sobre pacientes que tenham sofrido com o mal ocasionado pelo amado prato típico de Natal. “Eu não cheguei a atender pacientes com esse problema, mas é porque pode evoluir silenciosamente. Já atendi casos de engasgo com peixe. O problema é que a ginga pode ser mal digerida junto com a tapioca e as espinhas descerem inteiras provocando o ferimento e malignizar. Mas demora muito tempo pra chegar a esse nível”, explica Armando Negreiros.
Já sobre a relação entre comer a iguaria e ter mentalidade insuficiente para pensar e agir com lógica, ou seja, ser debiloide, o médico é menos enfático do que no vídeo. “Acho que saiu um pouco agressivo essa parte do ‘debiloide’, mas sobre a ginga fazer mal, é verdade”, finalizou.
A ginga com tapioca tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio Grande do Norte no dia 31 de janeiro de 2019, com lei sancionada no Diário Oficial do Estado (DOE) pela governadora Fátima Bezerra, a partir de um projeto da deputada Márcia Maia e desde 2016 já é Patrimônio Imaterial de Natal.