A Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) desmentiu nesta segunda-feira, 10, o fechamento do Hospital Ruy Pereira, na zona Leste de Natal, que é considerada a unidade de referência para o atendimento de pacientes com problemas vasculares. A pasta vai renovar o contrato de aluguel do imóvel, cujo vencimento se encerra dia 31 de agosto.
De acordo com a pasta, serão realizados novos laudos de avaliação das condições estruturais para o funcionamento no prédio onde está instalada a unidade de saúde. O anúncio acontece após a polêmica relacionada com o possível fechamento da estrutura, em razão das condições estruturais do prédio e da proximidade do fim do contrato com o Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Rio Grande do Norte (Itorn), que é o atual proprietário do imóvel.
Apesar de negar o fechamento da unidade, a Sesap chegou a anunciar na semana – através de despacho Coordenadoria de Operacionalização de Hospitais e Unidades de Referência (Coohur) – que o contrato com o Itorn não seria renovado. A determinação era de que os pacientes do Ruy Pereira fossem remanejados para outros hospitais da rede estadual. Parte dos pacientes, inclusive, seria encaminhada o para Hospital Central Coronel Pedro Germano (HCCPG) – mais conhecido como Hospital da Polícia Militar.
De acordo com a Sesap, que publicou nota oficial na tarde desta segunda,
ficou definido que será renovado o contrato de aluguel do hospital pelo período que for necessário e que serão realizados novos laudos para avaliação das condições estruturais para o funcionamento no prédio.
“Nós anunciamos que, em função de uma notificação da Comissão de Contratos da Secretaria Estadual de Saúde, o prédio não tinha condições de continuar operando o serviço. E nós, de antemão, deixamos claro que não haveria descontinuidade da assistência de pacientes portadores de doença vascular periférica, principalmente os diabéticos”, aponta o secretário Cipriano Maia, titular da pasta de Saúde.
De acordo com Cipriano Maia, a meta do governo estadual é qualificar melhor o serviço de atendimento para pacientes com problemas vasculares. A expectativa é acolher este tipo de paciente em outras unidades hospitalares da rede estadual. “Seria contraditório uma gestão preocupada com o usuário anunciar a interrupção da assistência. Pelo contrário, queremos qualificá-la, fazendo com que esta assistência se amplie para o setor ambulatorial nas regiões de Saúde”, explica.
Ainda segundo o secretário de Saúde, parte das atividades do Ruy Pereira será incorporada pelo Hospital da Polícia Militar, principalmente nos procedimentos que demandem cirurgias. “O Hospital de Polícia Militar poderá funcionar com 130 leitos, sendo 10 de UTI. E essa será uma das opções para manter a oferta aos pacientes com doenças vasculares, mas também para outras necessidades cirúrgicas”, ressaltou.
O secretário de Saúde falou ainda sobre o alto custo de manutenção do Ruy Pereira. Somente com o aluguel do prédio, o governo estadual gasta cerca de R$ 2,4 milhões por ano. “Tem vários problemas estruturais, com notificações aos proprietários que não resolveram os problemas. Houve a recomendação de que o contrato não seja renovado, mas, com a preocupação de manter os serviços, o atendimento será mantido. Se for necessário, nós vamos fazer uma nova prorrogação do contrato, até tenhamos normalizado o atendimento”, encerrou Cipriano Maia.
Nota do governo do Estado:
O Governo do Estado reuniu nesta segunda-feira, 10, o secretário estadual de Saúde, Cipriano Maia, o secretário adjunto de Saúde, Petrônio Spinelli, e técnicos da pasta, e tomou a decisão de manter as atividades do Hospital Ruy Pereira. Ficou definido que será renovado o contrato de aluguel pelo período que for necessário e serão realizados novos laudos de avaliação das condições estruturais para o funcionamento no prédio onde está instalada a unidade de saúde.
Também ficou definido que as medidas a serem tomadas serão discutidas previamente com a sociedade e com órgãos de fiscalização e controle. O objetivo do Governo do Estado é, além de manter as atividades do Hospital Ruy Pereira, melhorar e ampliar os serviços prestados com ganho de qualidade e quantidade.