sexta-feira, 5 de julho de 2019

Governo quer retomar produção do sisal no RN



O Governo do Estado instituiu um grupo de trabalho para traçar o plano de retomada da produção do sisal em larga escala no Rio Grande do Norte. O grupo deve reunir diversos atores, a nível estadual, federal e municipal, com o objetivo de recolocar a fibra na cadeia econômica potiguar.
A formação do grupo foi firmada durante reunião realizada na Governadoria na tarde desta quinta-feira (4). A ideia partiu da articulação entre os atores governamentais – Secretaria de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape), Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn) e Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do RN (Emater-RN) – e a empresa Sisaltec, instalada no Distrito Industrial de Extremoz com uma indústria de beneficiamento e exportação da fibra de sisal.
A governadora Fátima Bezerra conduziu a reunião e destacou a importância da articulação entre o Estado e o setor produtivo para o sucesso do plano. “O projeto deve sair do grupo de trabalho totalmente estruturado, com um arranjo produtivo concatenado que leve emprego ao interior do nosso estado. De parte do Governo, a prioridade é criar o ambiente de trabalho e de negócios mais favorável possível”, destacou a chefe do Executivo.


A região nas proximidades do município de Touros, no Litoral Norte Potiguar, já teve a maior área contínua com produção de sisal no Brasil. Porém, a queda do mercado da fibra orgânica encerrou a produção em diversas áreas do estado. Atualmente, a produção está praticamente restrita à região do Mato Grande, que se fez presente à reunião com representantes dos trabalhadores rurais, vereadores e representantes da Prefeitura de João Câmara.
A Sisaltec hoje adquire toda a produção do RN e trabalha com apenas 20% de sua capacidade produtiva. Por isso, a decisão do Governo de investir na retomada do sisal foi bem recebida pelo empresário Harry Polman, um dos sócios da Sisaltec. Para o empreendedor, o momento é ideal tanto no mercado nacional como internacional. “A produção caiu porque o fio sintético ganhou mercado. Porém, a situação mudou com o foco na questão ecológica. E o sisal é um material totalmente sustentável, desde a sua produção, sem causar problema para o meio ambiente. É muito importante ter todos esses atores envolvidos no plano, como nunca aconteceu antes”, destacou Polman.
A expectativa inicial externada na reunião é de que o plano de recuperação da produção rural alcance entre 3 a 5 mil hectares de plantação apenas para atender a atual capacidade de beneficiamento da Sisaltec. “Nós também vamos envolver os municípios na construção desse plano. Espero que dentro de 30 a 40 dias possamos concluir os estudos e montar o modelo produtivo com um acordo de cooperação. Será um esforço grande para revitalizar uma cadeia produtiva que está parada”, explicou o secretário Guilherme Saldanha, titular da Sape.
O rearranjo da produção do sisal também incluirá entidades como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Banco do Nordeste, que estiveram no encontro realizado pelo Governo. A Embrapa, em parceria com o Governo, participará das capacitações para os trabalhadores rurais, apresentando novas técnicas de produção como as que já foram desenvolvidas em conjunto com a Emparn. Enquanto o Banco do Nordeste, que já vem fazendo estudos no setor, apresentará linhas de crédito para os agricultores. A primeira reunião do grupo de trabalho, que ainda deverá contar com a participação de entidades como o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do RN (Sebrae-RN) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) acontecerá até o final deste mês.

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