O Hospital Regional de Canguaretama, no interior potiguar, foi interditado nesta quinta-feira (25), após uma fiscalização da Subcoordenadoria de Vigilância Sanitária do Estado (Suvisa). Após a inspeção, os técnicos da Suvisa concluíram que a unidade não tem condições de funcionamento.
De acordo com Leila Matos, subcoordenadora do órgão fiscalizador, o hospital foi notificado outras duas vezes, por inconformidades estruturais. Entretanto, após a terceira visita, nesta quinta, a Suvisa constatou que os problemas não foram resolvidos.
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), disse, através de nota, que, por causa do Decreto de Calamidade Financeira, não foi possível executar em tempo hábil as ações para correção das irregularidades encontradas. “O Governo do Estado vai intensificar esforços na tentativa de cumprir as exigências impostas pela Subcoordenadoria de Vigilância Sanitária, para normalizar o serviço o quanto antes”, diz o comunicado.
Ainda segundo Leila Matos, foram encontradas irregularidades em diferentes setores da unidade de saúde. No centro cirúrgico, conta a subcoordenadora, havia mofo, infiltrações e faltava alguns equipamentos. Os procedimentos de esterilização eram feitos em outros hospitais e, em seguida, o material esterilizado transportado para o Hospital de Canguaretama de maneira inadequada.
“Encontramos fluxos inadequados no laboratório, lixo hospitalar descartado de maneira incorreta, problemas na farmácia, no setor de alimentação. Foi inevitável a interdição”, alega Leila Matos.
Funcionários e pacientes
Ao todo, 108 funcionários estão lotados no hospital. Segundo eles informaram, a direção os orientou que fossem para casa e aguardassem o remanejamento para outras unidades de saúde do Estado.
Os servidores disseram também que havia dois pacientes, ambos idosos, internados no Hospital de Canguaretama, no momento da interdição. A Central de Regulação da unidade conseguiu, no fim da tarde, as vagas para os dois no hospital da cidade de Santo Antônio.
Entretanto, de acordo com a Central, os pacientes se recusaram a ser transferidos para o outro município. Desta forma, receberam alta médica e vão continuar os tratamentos em casa. Um está com pneumonia e o outro com infecção urinária.