A ação contra o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afastado do cargo nessa sexta-feira (28/8), tem raízes na Operação Placebo, uma das 31 ações da Polícia Federal e do Ministério Público já realizadas contra servidores do governo ou empresas que se aproveitaram da verba destinada ao combate da Covid-19 para desviar recursos públicos.
A equipe M(dados), grupo de jornalismo de dados do Metrópoles, fez a conta: se somados os rombos que deram origem a ações policiais, as fraudes estimadas com recursos contra a pandemia geraram até agora um prejuízo de R$ 1,1 bilhão aos cofres da União, uma média de R$ 6 milhões por dia desde o primeiro caso da doença no Brasil, registrado em 26 de fevereiro. Vale ressaltar, no entanto, que o valor é baseado nas estimativas da polícia. O montante efetivamente desviado só será calculado com o fim de todas as investigações.
Após a primeira operação da PF ligada ao uso de verbas para combate ao coronavírus e seus efeitos, que ocorreu no Amapá apenas um mês depois da chegada do vírus no Brasil, 15 estados brasileiros se tornaram alvos por contratos fraudulentos em construções de hospitais de campanha, compras de respiradores, insumos hospitalares, testes e até fraldas. De lá para cá, foram, em média, quase duas operações por semana.
Entre os processos de investigação, pelo menos 18 envolvem superfaturamento na compra de materiais destinados ao combate do novo coronavírus. A mais recente, chamada de “Falso Negativo”, apura prejuízo de R$ 30 milhões na compra de testes pela Secretaria de Saúde do DF.
Outros nove inquéritos investigam aquisições de respiradores. Um dos maiores, que deu origem à já citada Operação Placebo, teve outro alvo: a construção de hospitais de campanha, que teriam sido usados para desviar R$ 700 milhões.
Confira as operações: