terça-feira, 22 de dezembro de 2020

“Se a gente não tiver voto impresso em 2022, pode esquecer a eleição”, diz Bolsonaro em SC

 

Em conversa com apoiadores nesta terça-feira (22) em Santa Catarina, o presidente Jair Bolsonaro afirmou: “Se a gente não tiver voto impresso em 2022 pode esquecer a eleição”.

A declaração foi feita enquanto cumprimentava e tirava fotos com apoiadores. Na ocasião, Bolsonaro estava sem máscara, e diversas outras pessoas também. O momento foi transmitido em live em página no Facebook do presidente.

O presidente não deixou claro se queria dizer que não seria reeleito em 2022 sem o voto impresso ou que tentaria impedir a disputa, caso o projeto que defende não seja aprovado pelo Congresso.

“Se Deus quiser o senhor será reeleito”, disse um dos apoiadores. “Bolsonaro 2100”, disse outro.

Em 5 de novembro, o chefe do Executivo disse que apresentará ao Congresso Nacional em 2021 uma proposta para a implementar a mudança no sistema eleitoral. Em 22 de novembro, o presidente voltou a falar que o voto eletrônico possibilita o risco de manipulação dos resultados.

“Que nós possamos ter em 2022 um sistema seguro que possa dar garantias ao eleitor que em quem ele votou, o voto foi efetivamente para aquela pessoa. A questão do voto impresso é uma necessidade, está na boca do povo. Desde há muito eu luto no tocante a isso. E as reclamações são demais”, disse após votar no 2º turno das eleições municipais, no Rio de Janeiro.

Medida barrada pelo Supremo

A adoção do voto impresso foi barrada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em setembro de 2020. A Corte entendeu que a medida viola o sigilo e a liberdade do voto.

O voto impresso era uma das mudanças estabelecidas pela minirreforma eleitoral em 2015. Foi vetado pela então presidente, Dilma Rousseff (PT). No entanto, em novembro daquele ano, o Congresso derrubou o veto. A proposta era do então deputado federal Jair Bolsonaro.

Em 29 de novembro, após o resultado das eleições municipais, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, disse que o sistema eleitoral brasileiro se mostrou imune a fraudes desde que foi implantado, em 1996.

“Para além da retórica sob a qual ninguém tem controle, jamais se comprovou qualquer aspecto fraudulento no sistema…ele até hoje se revelou imune à fraude”, afirmou.

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