BRASÍLIA - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ser recebido na quinta-feira, às 15h, pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). A audiência foi marcada após pedido da bancada do PT na Casa. Filiado ao DEM e incentivado por aliados a tentar uma candidatura ao Planalto, Pacheco indicou que essa será apenas uma visita institucional, sem pauta pré-marcada.
Em Brasília, Lula participa desde segunda-feira de reuniões com políticos e diplomatas. O principal objetivo é costurar acordos políticos de olho em 2022. O petista também tenta organizar uma pauta com parlamentares, ao incentivar a mudança do valor do auxílio emergencial para R$ 600.
Na noite de terça-feira, Lula recebeu os senadores da bancada do PT. Na ocasião, a bancada discutiu a crise econômica e sanitária , segundo o senador Jean Paul Prates (PT-RN), líder da Minoria no Senado. Ele defendeu a necessidade do Brasil ter um plano plurianual de desenvolvimento que priorize tecnologias chave, obras de infraestrutura e educação.
Pacheco foi eleito presidente do Senado com apoio de Jair Bolsonaro, mas recentemente teve desentendimentos com governistas, como o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), por causa da instalação da CPI da Pandemia.
Nesta quarta-feira, Lula se reuniu com o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o presidente do PSD, Gilberto Kassab. Na conversa com Maia, segundo a colunista Bela Megale, falaram sobre a necessidade de formar um “bloco unido”, capaz de vencer as eleições no Rio de Janeiro. Kassab abrigará em seu partido o prefeito do Rio Eduardo Paes (DEM). Um dos caminhos de Maia também pode ser a legenda. Para isso, terá uma conversa sobre o assunto com Paes na sexta-feira.
Na terça-feira, Lula recebeu Alessandro Molon (PSB-RJ), que deve se candidatar ao Senado caso a frente ampla proposta pelo ex-presidente seja formada no Rio de Janeiro. A ideia é apoiar Marcelo Freixo (PSOL-RJ) ao governo do Rio e "derrotar o bolsonarismo" em seu reduto eleitoral. Na conversa, Lula disse ser importante dialogar com Paes e Maia. Se possível, costurar uma aliança com nomes de centro para enfrentar Jair Bolsonaro.
Ao GLOBO, Molon disse que conversaram sobre a "necessidade de se restabelecer o valor do auxílio emergencial de R$ 600" e o quadro político no Rio.