No Brasil, pelo menos 2 milhões de famílias caíram na extrema pobreza entre janeiro de 2019 e junho de 2021. Os dados foram divulgados em matéria do UOL, com informações do Cadastro Único do Governo Federal, o chamado CadÚnico. O Cadastro aponta que desde de novembro de 2020 há um aumento mês a mês de pessoas na miséria.
Ainda segundo o UOL, em dezembro de 2018, durante o governo Michel Temer (MDB), 12,7 milhões estavam na pobreza extrema. Em junho de 2021, durante a gestão de Jair Bolsonaro (sem partido), o número atingiu 14,7 milhões. São consideradas famílias em extrema pobreza as que têm renda per capita de até R$ 89 por mês.
De acordo com o economista Cícero Péricles de Carvalho, pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), o crescimento do número de miseráveis resulta da combinação de elementos estruturais e conjunturais, como o desemprego e a inflação.
“Pela Pnad [Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE] de maio, o número de desempregados chega a 14,8 milhões de trabalhadores. Esse dado, mais a inflação, principalmente a de alimentos, influencia na renda e no consumo. O Dieese [Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos] calcula que, nos 12 últimos meses, a cesta básica teve uma variação média de 22% e que o valor do salário mínimo necessário seria de R$ 5.422, cinco vezes maior que o piso em vigor”, disse.
Ainda segundo Carvalho, as consequências da pandemia de Covid-19 agravaram um quadro que já estava em deterioração. “Já era esperado o aumento de pessoas pobres e com fome”, afirmou.
*Com informações do UOL