Uma campanha coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) colocou fim a uma espera de mais de 30 anos no interior de Pernambuco. A ação, que começou no dia 25 de maio deste ano, possibilitou que um homem conhecido como Francisco, e que vivia nas ruas de Arcoverde (PE) há mais de três décadas, fosse encontrado pela Polícia Científica do estado.
O desfecho dessa história começou quando Francisco, em situação de rua, foi convencido por um voluntário da cidade a tomar a vacina contra a Covid-19. Nem mesmo a falta de documento impediu que o homem fosse vacinado. A história gerou comoção e foi suficiente para mobilizar outros voluntários na busca pela verdadeira identidade de Francisco.
A procura dos voluntários coincidiu com o andamento do trabalho da Polícia Científica pernambucana, que coletou o DNA do homem e os materiais biológicos. O material foi encaminhado para o Instituto de Genética Forense Eduardo Campos (IGFEC), em Recife. Após dois meses, o resultado dos exames atestou que Francisco, na verdade, se chamava Cicero, o qual já vinha sendo procurado pela irmã Antônia há pouco mais de 30 anos, na cidade de Lajeado, também em Pernambuco.
Hoje, Cícero saiu das ruas e já está em casa, morando com a irmã, que não esconde a felicidade de tê-lo novamente ao lado. “Foi uma felicidade muito grande ter reencontrado meu irmão. Eu sempre pensava nele, no dia em que eu o encontrasse”, comemora.
Panorama
Segundo o anuário do Fórum de Segurança Pública, o número de pessoas que desapareceram em 2020 no Brasil foi de 62.857. São Paulo é o estado com maior registro de casos (18.347). Com a campanha do Ministério da Justiça, já foi possível que outras 28 famílias de brasileiros encontrassem os restos mortais de seus familiares desaparecidos.
A identificação por meio dos restos mortais foi constatada pelos bancos estaduais em Goiás (6), Maranhão (1), Mato Grosso do Sul (1), Minas Gerais (1), Rio de Janeiro (3) e Rio Grande do Sul (11).
O coordenador da Rede Integrada de Banco Perfis Genéticos da pasta, Guilherme Jacques, explica como familiares que buscam pelos entes queridos podem tentar ter a mesma sorte que Cícero e Antônia. “Basta a pessoa acessar o site do ministério para saber onde estão os postos de coleta de dados. Feito isso, é ir até lá e fornecer o seu DNA de forma simples. O recolhimento é feito com um cotonete na parte interna da boca e, por fim, seu DNA vai para o banco de dados do ministério”.
Para mais informações, acesse o site do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O endereço da página é o gov.br/mj.
Fonte: Brasil 61