A cidade de Guamaré deveria ser modelo de gestão para todo o Brasil, diante da arrecadação financeira milionária que enche os cofres do município todos os meses.
Porém, a realidade é bem diferente.
Administrada nas últimas décadas pela família Miranda, o município já viu passar por seus cofres mais de 1 bilhão e 500 milhões de reais. Ninguém sabe para onde foi tanto dinheiro, pois a cidade convive com problemas básicos como falta de água encanada, sujeita à humilhação do carro pipa.
Dinheiro não é problema para Guamaré. O que falta é vergonha da classe política local, que não consegue resolver o básico e vive num lamaçal de corrupção ao longo dos anos, com prisão de integrantes da família que comanda o município, sem que algo tenha mudado, apesar da fiscalização do Ministério Público.
Nos últimos dias, houve denúncia da população dando conta que o carro pipa da prefeitura estaria sendo utilizado como moeda eleitoral e de perseguição política.
Segundo os moradores, água para quem vota em Arthur Teixeira, candidato dos Irmãos Miranda; e nada para quem é da oposição.
Isso, por si só, já é motivo de repúdio e até de punição por parte da Justiça Eleitoral, caso se confirme o uso eleitoreiro de um benefício oficial. Uso da máquina pública pode até resultar em cassação.
Mas, o problema não é se o carro pipa está sendo usado politicamente ou não.
O problema é o carro pipa.
É absolutamente inaceitável que em uma cidade com menos de 15 mil habitantes, com arrecadação mensal superior a 20 milhões de reais, ainda haja local em que a incompetência vergonhosa não conseguiu implantar um sistema de abastecimento d’água.
Repito: É básico. Água encanada. Carro pipa é a materialização da vergonha administrativa numa cidade em que dinheiro nunca foi e não é problema.
Houve dinheiro para superfaturar carnavais e enriquecer alguns, mas não há recursos para comprar canos e levar água a quem precisa.
Guamaré é sem sorte.
A eleição suplementar é disputada pelo escolhido dos Irmãos Miranda, Arthur Teixeira, tendo à frente o prefeito cassado Hélio de Mundinho e o representante da oposição faz de conta, Gustavo Santiago, que encena ser contra o sistema, mas nunca fez nada para denunciar formalmente e com consistência, os assaltos que ocorreram ao longo dos anos na terra do ouro negro.
Não há muito o que esperar do resultado da eleição suplementar do dia 7 de novembro.
Seja com a candidatura da continuidade dos Irmãos Miranda, seja com a candidatura de fachada da oposição, nada vai mudar de verdade para a população na milionária cidade quase sinônimo de corrupção.
Eita Guamaré sem sorte!