Fazer política é uma arte. Consolidando espaços, mas nem todos conquistam isso com sutileza. Um exemplo a ser visto é a situação do ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, de um lado; e o senador Jean-Paul Prates, de outro.
Carlos Eduardo, sem mandato, bem avaliado eleitoralmente em todas as pesquisas quer seja para disputar o Governo do Estado ou o Senado Federal. Jean, com mandato, mas aparentemente sem densidade eleitoral.
Carlos Eduardo, sem grupo político, sem empatia com a classe política, surfou ao longo desses últimos meses com o aparecimento de seu nome na preferência do eleitorado para disputar a cadeira do senado que hoje é ocupada por Jean ou para ocupar a cadeira da professora Fátima Bezerra, no governo do estado.
Carlos Eduardo surfou e abusou. Um dia, abria conversações com os opositores a Fátima; outro dia, se jogava nos braços de interlocutores ligados a Fátima. Sempre buscando o que lhe seria mais conveniente. Sempre indefinido, confiante no seu aparente capital eleitoral.
Jean só tinha um caminho e sendo assim procurou pavimentar. O caminho de Jean era o de contar com o apoio do seu partido, o PT. E criou essa liga, se portando como fiel integrante petista. Na cúpula e na base. Tem exercido um trabalho parlamentar de destaque que o credencia para que o PT nacional o tenha como membro no Senado Federal antevendo um possível retorno de Lula ao Palácio da Alvorada. Consolidou seu nome na base do PT quando se dispôs e a servir ao partido em qualquer esfera. Seu nome, associado ao de Lula, cresce e muito. Foi altivo, mas com humildade.
Tudo é possível, mas dificilmente o diretório estadual do Partido dos Trabalhadores irá substituir Jean por Carlos Eduardo na chapa para disputar a vaga do Senado Federal.
Primeiramente, porque já tem um Alves consolidado na chapa de Fátima que é Walter Alves, como candidato a vice-governador e que conta com o respaldo de 40 prefeitos emedebistas e a popularidade de Garibaldi. Segundo, porque o PT sabe que ajudando a eleger Carlos Eduardo ao Senado, dificilmente contará com a reciprocidade no futuro. Terceiro e mais forte motivo: Carlos Eduardo está peremptoriamente descartado pela oposição e conta apenas com um partido sem capilaridade estadual.
Assim é feita a política partidária. Feita de oportunidades, ocupando espaços, mas sem querer todos os espaços.
Blog Túlio Lemos