A gasolina voltou a custar mais de R$ 7 em vários postos de Natal desde a segunda-feira (7). Em estabelecimentos de diferentes regiões da cidade o combustível passou a valer R$ 7,29 – um aumento de aproximadamente R$ 0,44 por litro, já que o preço médio constatado pela Agência Nacional de Petróleo era de R$ 6,85 na capital, até o último sábado (5).
“É um absurdo. Não sei até quando o brasileiro vai ficar aguentando. Para quem vive de salário mínimo é pesado demais”, reclamou o educador físico Eduardo Moreno.
“Um absurdo essa especulação de preços”, comentou o motorista por aplicativo Luiz Gustavo.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Sindicato dos Postos de Combustíveis do Rio Grande do Norte (Sindpostos) afirmou cada supermercado é livre para fazer sua precificação, mas considerou que está faltando combustível no mercado nacional e que a Petrobras, que está segurando os preços, não dá conta sozinha do mercado inteiro. Por isso, segundo a entidade, as distribuidoras também precisam comprar gasolina de fora. E o combustível importado vem com o preço mais alto.
Não houve nenhum aumento anunciado pela Petrobras na última semana. “Pessoas que precisam rodar, trabalhar com o carro, enfim, tudo depende da gasolina, do etanol. E não foi só a gasolina, o álcool também cresceu”, diz o músico Léo Carioca.
Para os especialistas, o que pode estar acontecendo é uma especulação. Provocada pela pressão na matriz energética do petróleo por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia, ne Europa. A Rússia sozinha é responsável por cerca de 7% da produção mundial de petróleo. O país produz 7 milhões de litros por dia.
“O que a gente percebe é que o mercado está se preparando para os possíveis aumentos que virão, reajustando os preços para os mesmos lá de trás, quando recebeu o aumento da Petrobras, e o consumidor já começou a ser penalizado”, comenta o economista e professor Janduir Nóbrega.
O professor de economia explica que se a guerra se prolongar, pode provocar impacto em outros produtos consumidos no Brasil, especialmente em gêneros de primeira necessidade.
“Vai influenciar o preço da soja, que já está bastante elevado, essa semana fechando a saca acima de R$ 212. Isso pressiona o preço do óleo e outros derivados da soja. Temos a questão do trigo e do milho. Só eles dois já alteram a questão da alimentação do rebanho, da ração, já aumenta o preço da matéria prima. Ou seja, não tem como escapar desses impactos”, explica.
G1RN