As fortes chuvas ocorridas neste mês de julho contribuíram para que o Rio Grande do Norte alcançasse mais um recorde negativo. Estudos feitos pelo programa Água Azul mostram que as praias de Natal e região metropolitana atingiram o maior índice de contaminação por coliformes fecais em 20 anos, desde o início da série histórica.
Além de um recorde negativo, este é um alerta gravíssimo em um estado que tem sua economia com alta dependência do turismo doméstico, regional, nacional e até mesmo internacional.
O coordenador do programa Água Azul, realizado em parceria com o Idema e o Instituto Federal de Educação (IFRN), Ronaldo Diniz, avalia que as fortes chuvas elevaram o índice de contaminação e o aumento dos trechos de praias impróprios para o banho. Segundo ele, “as águas vieram lavando diversos locais, trazendo a sujeira para os reservatórios”
Os quatro primeiros trechos apontados pelo programa Água Azul – foz do rio Pirangi, em Nísia Floresta e o rio Pium/Ponte Nova, rio Pium/Balneário (Parnamirim) e praia de Pirangi do Norte, todos em Parnamirim, são atingidos pelo rio Pium, que teria sido afetado pelo transbordamento da Estação de Esgotos da Caern.
Além destes pontos, as praias natalenses de Ponta Negra, Areia Preta, dos Artistas, do Meio, Redinha (quatro trechos) e Barra do Rio, Graçandu e Pitangui, em Extremoz, completam a lista das áreas impróprias para banho.
O alto índice de contaminação é algo muito sério, que exige investigação e a adoção de um programa que inclua medidas de proteção de praias e rios do nosso litoral.
Se nada for feito, estaremos contribuindo para afetar drasticamente uma das principais fontes de trabalho e renda do nosso estado. Com consequências imprevisíveis para a nossa economia e o futuro de um patrimônio natural que tanto nos orgulha.