O ensino médio oferecido pela rede estadual de ensino no Rio Grande do Norte ficou bem longe da meta e registrou em 2021 a pior nota do Brasil no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
O Ideb é um índice que vai de 0 a 10. Foi criado em 2005 pelo Governo Federal para avaliar o desempenho e estipular metas para a educação brasileira. O índice é divulgado a cada dois anos e calculado com base em dois fatores: índices de aprovação/reprovação dos alunos e de abandono dos estudos e notas em provas de português e de matemática no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica).
Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (16) pelo Ministério da Educação e pelo Inep, o Estado alcançou apenas nota 2,8 no ensino médio da rede estadual, ficando no final do ranking nacional e bem longe da meta, que era 4,4. Há dois anos, a nota tinha sido 3,2.
Agora em 2021, a média nacional ficou em 3,9, com o melhor índice registrado no Paraná (4,6).
Considerando as redes pública e privada, o resultado do ensino médio no Rio Grande do Norte sobe para 3,4, deixando de ficar na última posição do ranking – na qual passa a figurar o Pará, com nota total de 3,2. A meta para o RN era atingir nota 4,7.
Há dois anos, o resultado foi 3,5. Naquele ano, o Estado tinha o 2º pior resultado do País.
Com os resultados de 2021, a trajetória de crescimento foi interrompida. Desde o início do cálculo, o Estado não tinha redução da nota. Começou em 2,9, evoluiu para 3,1, depois 3,2, depois 3,5 e agora, 3,2.
No RN, 78,6% dos alunos do ensino médio no RN estão na rede estadual. Outros 9,5% estão na rede federal e 11,9% estão na rede privada.
Procurada, a Secretaria Estadual de Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Seec) ainda não havia se pronunciado até a publicação desta matéria.
Ensino fundamental
O Rio Grande do Norte também ocupa as últimas posições do ranking nacional entre os índices do ensino fundamental.
Na categoria “anos iniciais” (1º ao 5º ano), o Estado registrou, considerando as redes pública (estadual e municipais) e privada, nota 5,0 – mesma nota de Maranhão e Pará e à frente apenas do Amapá (4,9). O melhor resultado do País está em Santa Catarina (6,5).
Em 2019, o RN tinha registrado 5,2.
Já nos “anos finais” (6º ao 9º ano), o Estado alcançou nota 4,4, considerando todas as redes, empatado com o Pará e à frente apenas de Maranhão (4,3) e Amapá (4,1). Em 2019, o resultado tinha sido 4,1.
Comparações
O próprio Ministério da Educação pede cautela na comparação com o resultado de anos anteriores e entre os estados. Isso porque estados adotaram critérios diferentes na crise da pandemia de Covid-19. Além disso, durante a aplicação dos testes, estados estavam em estágios diferentes de retorno às atividades presenciais, o que impactou os resultados.
Outro impacto importante já identificado nas duas últimas edições do Censo Escolar foi o crescimento abrupto das taxas de aprovação da rede pública entre 2020 e 2021. Houve estados que adotaram praticamente aprovação automática, o que elevou o índice em alguns locais. Com isso, o fato de alunos potiguares terem ido melhor do que outros vizinhos nas provas acabou anulado pelo índice de desaprovação.
Via 98 FM