domingo, 4 de dezembro de 2022

Médico é preso por dormir e não atender paciente, morta após 5 horas de espera


O médico urologista Arthur Vinícius de Andrade foi preso na sexta-feira (2) por homicídio culposo no Rio de Janeiro, após não atender a paciente de câncer Elisangela Souza de Almeida, 45. Policiais militares o encontraram dormindo no hospital mais de cinco horas após a paciente dar entrada na instituição vomitando sangue, segundo relata o jornal “O Globo”.

O médico pagou uma fiança de R$ 10 mil e foi liberado horas depois da prisão, mas ainda responderá por homicídio culposo e lesão corporal.

Segundo o jornal, os familiares disseram ter chegado ao Hospital Federal do Andaraí, na Zona Norte do Rio de Janeiro, por volta das 0h30 de sexta.

O médico afirmou que a instituição não tinha atendimento específico para o caso, de acordo com a família, que disse que só conseguiu que ele pedisse um exame de sangue depois de insistência. O exame ficou pronto em duas horas, relataram os parentes, mas a paciente ficou sem atendimento por mais uma hora e meia depois disso, até que a família acionou a Polícia Militar (PM).

Em nota enviado a O TEMPO, a PM afirma que sofreu resistência por parte dos funcionários ao tentar entrar no hospital a fim de localizar o plantonista e o encontrou dormindo no alojamento de funcionários. Ele se recusou a levantar, segundo os militares, e outra médica prosseguiu com o atendimento à paciente.  

A profissional pediu uma tomografia para avaliar o caso e os policiais já estavam na viatura para ir embora quando foram chamados pela família novamente, pois Elisangela voltou a vomitar sangue, de acordo com “O Globo”. Os militares retornaram ao hospitais e viram diversos profissionais prestando suporte à paciente, menos Arthur Vinícius. Elisangela continuou a piorar e foi levada para outra sala, onde, desta vez, o urologista estava presente. Em seguida, ele e outra médica comunicaram o óbito da paciente à família, relata “O Globo”.

Elisangela estava tratando um câncer de laringe e deixou o marido e duas filhas. De acordo com o relato da família reproduzido pelo jornal, ela teria sido levada, primeiro, a uma UPA, que disse não ter profissionais capacitados para o atendimento; depois, foi até um hospital municipal, que deu a mesma justificativa e, em seguida, ao hospital federal onde morreu.

Em nota citada na reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio afirmou que ela ela foi atendida na emergência clínica do Hospital Municipal Souza Aguiar, mas teria deixado a unidade sem aguardar a conclusão de exames prescritos, o que é contestado pela família. O Hospital Federal do Arandaí afirmou ao jornal carioca que abriu processo administrativo interno para apurar o fato.

O médico afirmou à polícia que sofreu lesão corporal da enteada de Elisangela durante uma suposta confusão depois da morte da paciente. Ele trabalha no hospital desde 2014, atuando na emergência e na UTI. 

Fonte: O Tempo

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