Uma captura de tela (print) de uma conversa por WhatsApp acabou revelando que o sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) Maurício Júnior, o Mauricinho, vazou informações da investigação do caso Marielle para os suspeitos do crime. Entre eles, o ex-PM Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos. A informação é do Metreópoles.
Mauricinho está na mira dos investigadores do caso Marielle desde 2019. Em janeiro daquele ano, o Setor de Inteligência da Polícia Civil flagrou um encontro dele com Ronnie Lessa, além do também policial Pedro Bazzanella, no Bar Resenha, na Barra da Tijuca (RJ).
Na ocasião, Bazzanella e Élcio de Queiroz haviam dado depoimentos sobre o caso Marielle na Delegacia de Homicídios. Antes e depois dos depoimentos, eles se encontraram com Lessa no bar, sendo que Mauricinho participou da última conversa.
Essas evidências fizeram com que os endereços de Mauricinho fossem alvo de mandados de busca e apreensão em março daquele ano, na Operação Lume, a mesma que prendeu Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, os ex-policiais acusados de executar a vereadora.
Mauricinho, no entanto, ficou sabendo dessa operação na noite anterior, por meio de um amigo conhecido como Jomarzinho, filho de um delegado da Polícia Federal (PF). “Recebi um informe agora que vai ter operação Marielle amanhã”, dizia trecho das mensagens.
O sargento, então, teria tirado um print da conversa pelo seu Iphone a fim de enviar a informação para os envolvidos no crime, segundo a PF. Além disso, ele usava o aplicativo Confide, que destrói as mensagens após serem lidas, assim como os suspeitos Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz.
Vale destacar que Mauricinho não só avisou os possíveis alvos, como Ronnie Lessa, mas também ficou longe dos dois endereços em que a polícia iria cumprir os mandados contra ele.
O apartamento de Mauricinho no condomínio Viva Vier, no Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro, foi alvo de um mandado de busca e apreensão na última segunda-feira (24). No mesmo dia, a PF prendeu o ex-bombeiro Maxwell Corrêa, o Suel, suspeito de envolvimento no assassinato de Marielle. Outros seis mandados de busca foram cumpridos na ocasião.
