O prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), falou pela primeira vez sobre o afastamento entre ele e o senador Rogério Marinho (PL), após a campanha do ano passado, quando os dois caminharam juntos.
Segundo o prefeito, o distanciamento se deu após Rogério Marinho, segundo Álvaro Dias, ter pedido ao Ministério do Desenvolvimento Regional para cancelar convênios com a Prefeitura do Natal, o que gerou um prejuízo da ordem de R$ 40 milhões à cidade.
O pedido para cortar os convênios teria partido de Rogério após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022. Na época, Rogério já havia deixado o Ministério do Desenvolvimento Regional e estava eleito senador, mas tinha proximidade com o ministro que o sucedeu, Daniel Duarte.
“Em determinado momento ele [Rogério] cancelou alguns convênios antes de sair do ministério ou o sucessor dele, que foi indicado por ele, que o substituiu, cancelou alguns convênios na cidade de Natal. A cidade perdeu em torno de uns R$ 40 milhões de recursos que eram para ter sido utilizados na reforma da orla urbana e de outras obras que a gente tinha planejado”, revelou o prefeito, nesta segunda-feira (25), em entrevista à jornalista Thaisa Galvão, no Falei Podcast.
Após a declaração, Álvaro é ainda mais incisivo ao afirmar que Rogério Marinho, que comandou o MDR durante o governo Bolsonaro, pediu expressamente ao seu sucessor na pasta para cancelar os contratos com a cidade. Apesar do ocorrido, o prefeito garante que não existe rompimento entre ele e o senador, mas apenas um “afastamento natural”.
“Eu não nasci hoje, [os contratos] foram cancelados porque ele [Rogério] falou com o sucessor dele, que ficou lá e autorizou ou pediu para cancelar. Mas tudo bem. Eu não estou rompido com Rogério, eu apenas não tenho o mesmo relacionamento que eu tinha com ele e fiquei muito decepcionado com essa atitude que ele tomou de, depois de eleito, pedir ou conversar com o sucessor dele no ministério e mandar cancelar mais de R$ 40 milhões que viriam para Natal”, pontua.
O prefeito lamentou a posição de Marinho e afirmou que o encerramento dos contratos acabou prejudicando sua gestão à frente da Prefeitura do Natal.