Em uma sessão realizada nesta quarta-feira (23), a CPI das Pirâmides Financeiras aprovou a quebra de sigilo de Cauã Raymond e Tatá Werneck. A decisão consiste em uma nova etapa na investigação em torno das atividades da empresa Atlas Quantum. Ambos os artistas já haviam sido convocados a prestar depoimento perante a comissão, porém, graças a um habeas corpus obtido junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), foram dispensados de comparecer.
Propagandas vinculadas à Atlas Quantum estão sendo investigadas pela CPI. O fundador da companhia também teve a quebra de sigilo bancário determinada pela comissão parlamentar.
A sessão ficou marcada pelo embate entre o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) e o presidente da CPI, Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ). Todos os membros da comissão votaram a favor da quebra do sigilo, exceto Braga, que foi o único a manifestar contra.
A defesa de Tatá Werneck emitiu uma nota sobre a decisão da CPI e afirma que “recebe com profunda indignação o pedido de quebra de sigilo, pois ela não praticou crime algum, apenas realizou uma propaganda, cinco anos atrás, quando nada havia que desabonasse a empresa”. “Como artista, ela não poderia jamais prever que a empresa se envolveria em fraudes anos depois. Admitir que os artistas sejam responsabilizados por possíveis erros futuros de empresas para as quais tenham feito propaganda – e que sequer continuam contratados – significaria o fim da publicidade no Brasil”, diz o texto, frisando ainda que a humorista “jamais foi sócia, investidora ou participou dos lucros da empresa, motivo pelo qual considera a quebra de sigilo absurda e totalmente descabida para o que se pretende investigar na CPI”. Os advogados da artista, Maíra Fernandes, Guilherme Furniel e Ricardo Brajterman, afirmam ainda que tomarão todas as medidas judiciais cabíveis.
A defesa de Cauã Reymond também foi contatada pelo F5, e não retornou até a última atualização desta reportagem.