A Justiça Federal negou, nesta segunda-feira (18), a prisão dos agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) envolvidos na morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro.
Heloísa estava internada desde o dia 7 de setembro, no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, após ser atingida na cabeça por um tiro de fuzil durante uma abordagem da PRF no Arco Metropolitano, em Seropédica, na Região Metropolitana do Rio. Ela passou nove dias internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI).
A 1ª Vara Federal determinou o cumprimento de medidas cautelares, como:
- Comparecimento mensal em juízo, através do balcão virtual, para comprovar suas atividades;
- Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga, autorizada a saída de suas residências tão somente para o trabalho.
- Proibição de se aproximar do veículo da família;
- Proibição de manter qualquer espécie de contato com as vítimas do fato e de seus parentes;
- Uso de tornozeleira eletrônica;
- Afastamento imediato das funções policiais com o recolhimento das armas.
Pai da menina, Willian Silva, criticou a decisão. “Nada trará a vida de minha filha de volta. Mas quem tirou a vida dela tem que pagar”.
“É o mínimo que se exige é a responsabilização dos policiais. Era para minha filha estar em casa comigo agora, brincando. Essa atitude covarde fez com que perdêssemos nossa filha. A prisão é o mínimo que se espera”, afirmou Willian.
Agentes vasculhando carro da família
De acordo com pedido de prisão formulado pelo Ministério Público Federal (MPF), após a criança ser atingida, os agentes se dirigiram ao hospital e “ficaram vasculhando e mexendo no carro durante certo tempo”, segundo a testemunha, tia de Heloísa.
Ainda de acordo com o documento, a tia de Heloísa relatou que um dos policiais que não participou do ocorrido apontou-lhe um projétil, e disse que aquele projétil teria atingido o veículo deles.
O fato, segundo o procurador da República Eduardo Benones, representou uma “tentativa inequívoca de intimidar a testemunha e incutir nela a versão sustentada pelos policiais. Isto tudo ocorreu no ambiente hospitalar, quando a vítima Heloísa recebia atendimento médico cirúrgico”.