A ex-presidente da Câmara Municipal de Mossoró Izabel Montenegro (MDB) foi condenada a 30 anos de prisão por corrupção passiva investigada pela Operação Sal Grosso em 2007.
A decisão é do juiz da 3ª Vara Criminal de Mossoró Ricardo Antonio Menezes Cabral Fagundes.
O caso é relativo aos empréstimos consignados realizados entre 2005 e 2008 sem o devido desconto em contracheque durante o período em que Junior Escóssia, concunhado de Izabel já falecido, era presidente do legislativo.
O esquema ainda envolveu ainda Paulo Henrique Araújo Holanda Montenegro e José Nicodemus Holanda Montenegro, respectivamente filho e esposo de Izabel, que segundo as investigações teriam usado os cargos para se juntar cumprir as ordens de Junior Escóssia na articulação dos empréstimos sem o devido desconto nos contracheques.
“Por fim, os acusados José Nicodemus e Paulo Henrique, ao concorrerem para que as parcelas dos empréstimos fossem pagas pela Câmara dos Vereadores, também foram corresponsáveis pela ordenação de despesa não autorizada, praticando assim o crime de ordenação de despesa não autorizada, em concurso de pessoas e em continuidade delitiva, com o acusado João Newton da Escóssia Júnior”, diz o magistrado.
Nicodemos e Paulo Henrique ainda tiveram empréstimos de respectivamente 36 e 24 meses pagos sem o devido desconto em contracheque.
As investigações apontaram ainda que Antônio Vanicleudo Fernandes Batista, Adalberto Frank Teixeira da Silva e Paulo César Fernandes de Freitas realizaram empréstimos consignados junto à Caixa Econômica Federal com o intuito de repassar o valor integral para Izabel Montenegro. Parte dos descontos não foi efetuada nos contracheques dos assessores e o que acabou sendo descontado foi sem ônus para a então vereadora.
Em outro ponto da denúncia Adna Canário de Souza Moura teria repassado a integralidade do próprio salário para Izabel entre e fevereiro a maio de 2007.
Adna, Vanicleudo e Paulo César fizeram delação premiada.
Adna, Vanicleudo, Adalberto e Paulo César foram absolvidos.
Paulo Henrique e Nicodemos foram condenados a 4 anos e oito meses de prisão em regime semiaberto. Tanto eles como Izabel poderão recorrer em liberdade.
Junior Escóssia não foi punido porque morreu em 2021, vítima de covid-19.
Com informações de Blog do Barreto