O governo reconheceu, nesta segunda-feira (30), as dificuldades para efetuar o pagamento do piso da enfermagem no Rio Grande do Norte. As declarações foram feitas em uma audiência pública na Assembleia Legislativa para debater a implementação do piso da categoria.
Segundo o secretário de Administração do Estado (Sead), Pedro Lopes, o aperto se dá em razão do alto comprometimento de gastos com pessoal. Neste mês, o Tesouro Nacional apontou que o RN é o estado brasileiro com maior percentual de receita comprometida com esta folha.
“Nós somos o pior estado do Brasil em termos de comprometimento de gastos com pessoal, em relação à Receita Corrente Líquida. O limite legal é de 49%. E a consequência lógica disso é a falta dinheiro para pagar as outras obrigações”, disse.
De acordo com o secretário, para custear os gastos, inclusive a implantação do piso, é preciso manter o nível de arrecadação que existia até 2022, sob risco de haver um colapso financeiro.
“Qualquer outra tentativa de recomposição salarial fica muito difícil se não houver a recomposição de receita. Então, é preciso controlar os gastos com pessoal, de modo que o aumento dessa despesa não ultrapasse, nos próximos dez anos, 80% do crescimento da Receita Corrente Líquida do Estado”, afirmou.
Ainda de acordo com Lopes, o RN terá neste ano uma folga de 8% para discutir recomposições salariais, promoções e concursos públicos.
“Portanto, o Estado do RN tem essa visão de solidariedade e empatia com a causa, mas ao mesmo tempo nós precisamos ter cuidado com as nossas finanças”, justificou.
Fonte: Agência Saiba Mais