A matéria do Jornal Folha de São Paulo no dia 15 de outubro de 2023, mostra o conflito interno por água doce na comunidade indígena do Amarelão em João Câmara.
Segundo a matéria, a disputa é grande, um poço com pequeno sistema de dessalinização empoeirado localizado no Serrote de São Bento em João Câmara, atrai homens, mulheres e crianças, ate de áreas vizinhas para a única fonte de água doce da comunidade indígena.
Lá parte da população permanece refém dos carros pipa oferecidos pela prefeitura, poucos podem desembolsar R$ 7 por um garrafão de água de 20 litros ou ate R$ 400 reais para um carro pipa abastecer uma cisterna.
A maioria das famílias tem renda inferior a um salário mínimo, obtida através do beneficiamento da castanha de caju e bolsa família.
Na busca pela água, há muitas histórias que envolvem casos de conflito e de favores eleitorais alardeados como costumeiros na comunidade indígena Mendonça.
São aproximadamente 900 famílias, cerca de 3 mil pessoas nas comunidades de Serrote de São Bento, Santa Terezinha, comunidade indígena do Amarelão, Marajó e Açucena.
Os carros pipa entregam, só água salobra, de aparência turva, com pouca ou nenhuma serventia a população, o sabor é descrito um pouco mais aliviado que a água do mar, essa água é usada para banho, afazeres domésticos e também opção de parte das famílias para saciar a sede, são comuns os relatos de diarreia.
Na comunidade do Marajó, um sistema dessalinizador instalado pela FUNASA em convenio com a prefeitura, foi inaugurado há mais de um ano, mas ate o final de setembro/23 permanecia inativo, tomado de mato, segundo as famílias.
"Esse foi um dinheiro jogado fora" diz Kaline Felipe, liderança indígena do assentamento.
A energia necessária ao funcionamento foi ligada após o contato da folha de São Paulo com a prefeitura.
Carros pipa não chegam ao assentamento Açucena, segundo o município, há um dessalinizador atendendo satisfatoriamente a comunidade.
A cacique Renata Batista afirma que é preciso buscar em Natal o produto e o filtro necessário para fazer água doce.
A situação nas comunidades teria piorado com o encerramento da operação carro pipa do exercito. Os caminhões com água potável deixaram de abastecer o território indígena há cerca de dois anos, segundo as lideranças.
João Câmara esta oficialmente excluído desde agosto de 2022 devido ao vencimento do decreto de situação de emergência e a não apresentação de documentos, disse o ministério da integração e do desenvolvimento regional. A lista inclui a qualidade da água e o nível dos reservatórios.
Com informações da Folha de São Paulo