Na manhã deste sábado (9), mais de 300 famílias invadiram a loja do Carrefour, na zona Norte, em Natal. A ocupação é coordenada pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) que reivindicou doações de alimentos do estabelecimento. De acordo com o movimento, a justificativa é uma ação da campanha “Natal sem fome e sem miséria”, que ocorre anualmente.
De acordo com o MLB, a ação é uma denúncia e que está ocorrendo nos demais estados do Brasil nas redes Carrefour e Atacadão. “São toneladas de alimentos que são jogados fora por anos enquanto nosso povo morre de fome. Então, todo ano o MLB faz, há mais de 25 anos, todos o anos, essa ação que é o ‘Natal sem fome e sem miséria’ que a gente reúne as famílias pobres das ocupações e periferias onde trabalhamos e ocupamos uma rede de supermercado”, explicou Bianca Soares, coordenadora do movimento.
Com a ocupação, a Polícia Militar foi acionada e deslocou uma viatura no local. Durante o ato, o ônibus do MLB foi incendiado. No momento, há uma negociação entre a gerência da loja e os coordenadores do MLB. O estabelecimento aguarda uma orientação da rede Carrefour nacional para se posicionar oficialmente sobre a ação. De acordo com Bianca Soares, a loja informou que o Carrefour irá tomar uma medida para todas a ações que ocorreram no RN e demais estados.
Sobre a invasão, a Fecomércio emitiu uma nota repudiando o ato deste sábado. Confira abaixo:
“A Fecomércio Rio Grande do Norte vem repudiar publicamente, de forma veemente, todo e qualquer ato de invasão a estabelecimentos comerciais, como o ocorrido na manhã deste sábado (9), no Supermercado Carrefour, na Zona Norte de Natal.
Pelas características dos estabelecimentos comerciais, que precisam estar abertos e acessíveis ao público, nosso segmento é naturalmente vulnerável a ações desse tipo. Esperamos que as forças de segurança pública e as autoridades em geral adotem medidas cabíveis, a fim de coibir imediatamente que esse tipo de iniciativa se repita, sobretudo neste período do ano, onde há grande movimentação no comércio.
É necessário um ambiente de segurança e respeito ao direito de propriedade, protegido constitucionalmente, para que os empreendedores possam manter suas atividades e investimentos com tranquilidade e segurança jurídica no nosso estado.“
Tribuna do Norte