O presidente Luiz Inácio Lula da SIlva (PT) voltou a dizer, nesta sexta-feira (23), que o governo de Israel está fazendo genocídio contra o povo palestino.
“O que o governo de Israel está fazendo contra o povo palestino não é guerra, é genocídio. Porque está matando mulheres e crianças”, afirmou Lula.
“O que está acontecendo em Israel é um genocídio. São milhares de crianças mortas, milhares desaparecidas e não estavam morrendo soldados, está morrendo mulheres e crianças dentro do hospital. Se isso não é genocídio, eu não sei o que é genocídio”, disse o presidente.
Lula ainda disse para ninguém tentar interpretar a entrevista que ele deu no último domingo (18) e pediu para que todos leiam. “Leia a entrevista ao invés de ficar me julgando pelo que disse o primeiro-ministro de Israel”.
Na ocasião, Lula afirmou que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza não é uma guerra, mas um genocídio” fez referências às ações do ditador nazista Adolf Hitler contra os judeus.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse ele, durante a entrevista coletiva que encerrou sua viagem à Etiópia.
Lula respondia a uma pergunta sobre a decisão de seu governo de fazer novos aportes de recursos para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA).
Repercussão
Posteriormente, primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o brasileiro “cruzou uma linha vermelha” pelas declarações.
“As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, publicou Netanyahu no X (antigo Twitter).
“Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha. Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até à vitória completa e faz isso ao mesmo tempo que defende o direito internacional”, acrescentou o premiê.
O ministro das Relações Exteriores israelense disse que o presidente Lula será considerado uma “persona non grata” no país até que haja “uma retratação” das declarações dele relacionando o ditador nazista Adolf Hitler e a guerra na Faixa de Gaza.
“Não esqueceremos e não perdoaremos. É um grave ataque antissemita. Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel – informe ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que ele se retrate”, disse Israel Katz ao embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, durante reunião em Jerusalém.