Pelo menos 10 líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), que saíram da prisão por habeas corpus ou cumprimento de pena, agora são alvos de novas investigações relacionadas à facção criminosa. Dois deles, inclusive, foram libertados do presídio federal de Mossoró.
O levantamento foi realizado pelo portal Metrópoles. Um detalhe que agrava a situação é que um dos criminosos libertados por decisões judiciais é apontado como responsável pelo planejamento de ataques contra autoridades políticas do Brasil. Este é o caso do controverso Pedro Luiz da Silva Soares, conhecido como Chacal, considerado líder da célula do PCC responsável pelo plano.
Segundo o Metrópoles, um desdobramento da Operação Sequaz identificou a participação de mais dois líderes do PCC na chamada "Sintonia Restrita", célula de elite responsável por monitorar e planejar atentados contra autoridades. O grupo pesquisou os endereços das residências oficiais dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD).
Chacal possui histórico de roubo a caixas eletrônicos e foi transferido para um presídio federal no início de 2019. Ele foi liberado da Penitenciária Federal de Mossoró após cumprir 9 anos de prisão por roubo e formação de quadrilha, e está em liberdade desde o fim de outubro de 2023.
A investigação também encontrou mensagens do grupo que faziam referência a um criminoso chamado "Lelê". Para o MPSP, trata-se de Ulisses Scotti de Toledo, de 38 anos, que foi libertado da prisão em 2020 por cumprimento de pena.
Além de Chacal, a reportagem também menciona Décio Português, conhecido por roubos milionários na década de 1990, que foi libertado da Penitenciária Federal de Mossoró por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em agosto de 2023.
Junto com Silvio Luís Ferreira, conhecido como Cebola, e Décio Português, Chacal foi denunciado pelo esquema de lavagem de R$ 20,9 milhões do PCC na empresa UpBus, que opera linhas de ônibus na zona leste de São Paulo. Ambos estão foragidos.