Nos bastidores das administrações municipais, um ‘esquema suspeito’ começa a ganhar forma, revelando o que pode ser o verdadeiro “mapa da mina” para alguns prefeitos. As ‘dispensas de licitação’ para a contratação de bandas e organização de festejos em suas cidades têm despertado desconfiança, especialmente por serem transações menos vistosas em comparação com licitações para obras ou serviços de saúde, mas igualmente lucrativas.
Essas contratações, muitas vezes milionárias, estão sendo vistas como o caminho da “salvação” para gestores que buscam incrementar suas finanças pessoais e de campanha. A prática conhecida como “retorno” ou “toco” — onde parte do valor pago pelo contrato volta para os bolsos dos prefeitos — é o principal ponto de suspeita.
A contratação de bandas e a organização de eventos, aparentemente inocentes, têm se tornado um terreno fértil para a prática de irregularidades, onde a falta de licitação ou mesmo processos licitatórios pouco transparentes permitem que recursos públicos sejam desviados sob o pretexto de promover a cultura local.
Com o volume crescente dessas transações e o valor exorbitante de alguns contratos, os indícios de que esses eventos estão sendo utilizados para fins escusos se tornam cada vez mais difíceis de ignorar. A suspeita de que esses contratos são uma fachada para enriquecimento ilícito coloca em xeque a lisura das administrações envolvidas e lança um alerta para a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa por parte dos órgãos competentes.
Este “mapa da mina” que alguns prefeitos têm seguido, por meio da contratação de bandas e organização de festas, precisa ser examinado com atenção, para que se esclareça se os recursos públicos estão realmente sendo usados em benefício da população ou se estão sendo desviados para fins particulares.
Por Robson Pires