O Governo do Rio Grande do Norte, através da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), informou nesta segunda-feira (18) que decidiu suspender as obras de reforma no segundo andar do Hospital Walfredo Gurgel. A medida tem o objetivo de abrir leitos na unidade em caráter emergencial. A previsão é que os novos leitos fiquem disponíveis “nos próximos dias”.
Em nota, o governo informou ainda que pediu à Justiça o desbloqueio emergencial de leitos em três unidades da rede estadual: o Hospital Regional Alfredo Mesquita Filho, em Macaíba; e os hospitais Giselda Trigueiro e João Machado, em Natal.
Por fim, a Sesap destacou que uma reunião está marcada para esta segunda-feira (18) para discutir outras medidas emergenciais, que depois serão apresentadas a secretários municipais de Saúde.
“Além das ações imediatas, a governadora quer soluções a médio e longo prazo e que envolva todos os entes, e que resultem em melhorias no atendimento à população diante da enorme demanda porque passa o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, mas que possam tratar das causas e suas devidas competências”, acrescenta a nota da Sesap.
A decisão do Governo do Estado acontece no dia em que servidores da saúde denunciaram um quadro de grave superlotação no Walfredo Gurgel. De acordo com o Sindicato dos Servidores da Saúde do RN (Sindsaúde), o hospital amanheceu nesta segunda-feira (18) com 132 pacientes internados no pronto-socorro.
“Pensei que já tinha visto o pior nesse hospital. Simplesmente, tem setores que não dá para se locomover” desabafa Rosália Fernandes, coordenadora do Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindsaúde-RN).
Novas imagens, registradas na manhã desta segunda-feira (18), mostram 22 pacientes internados em uma pequena sala de atendimento clínico. No local, segundo o sindicato, deveriam ficar apenas pacientes prontos para a realização de exames, em estado de observação ou aguardando internação.
Além disso, o setor de politrauma também se encontra intransitável devido à superlotação, informa o Sindsaúde-RN. Em nota, os servidores classificam a situação como “cenário de guerra da assistência”.