
O ex-presidente da República Fernando Collor de Mello recebeu uma proposta para trabalhar em uma fábrica instalada dentro do núcleo industrial do Complexo Penitenciário de Maceió (AL). A oferta inclui um salário mínimo e uma carga horária de 40 horas semanais — das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira, com uma hora de almoço. A notícia é da Revista Oeste.
Collor recebeu a oferta da companhia Pré-Moldados Empresarial Alagoas no mesmo dia que foi preso, na última sexta-feira, 25. A empresa produz e comercializa estruturas pré-moldadas de concreto para a construção civil.
Roberto Boness, proprietário da empresa, afirmou ao portal UOL que “seria de grande ajuda ter um profissional como Collor”. “Com a visão gerencial dele, acredito que alavancaria nossa empresa a outro patamar.”
O empresário viu a chegada do político como uma oportunidade de aproveitar suas habilidades gerenciais, especialmente porque a companhia nunca empregou um detento com nível superior.
Marcelo Bessa, advogado de Collor, afirmou não ter conhecimento da oferta. Boness enviou a proposta ao sistema prisional e aos advogados que representaram o ex-presidente durante a audiência de custódia. A aceitação da vaga depende de Collor.
Na empresa, o ex-presidente trabalharia ao lado de 30 funcionários, dos quais 25 também são condenados. Em 13 anos, a empresa empregou 380 presos sem enfrentar problemas significativos. Para aceitar o trabalho, Collor precisará ser transferido para o Núcleo Ressocializador da Capital, uma instalação que abriga apenas detentos que trabalham e têm bom comportamento.
O núcleo industrial do presídio de Maceió foi inaugurado em 2010 em parceria com o Conselho Nacional de Justiça. O objetivo da iniciativa é oferecer incentivos para empresas que se instalem no complexo prisional. Atualmente, 15 empresas operam no local.