Começa a ganhar corpo na Câmara uma emenda para retirar da reforma da Previdência os servidores estaduais e municipais. A ideia é que fique no texto a ser votado pelo Congresso apenas os trabalhadores da iniciativa privada e os servidores federais. O objetivo é expor governadores, prefeitos, deputados estaduais e vereadores ao mesmo desgaste que ocorre a nível federal. O líder do PPS, Daniel Coelho (PE), é o responsável pela coleta de assinaturas, mas o tema já foi debatido com o secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, em reunião dele com a bancada do DEM.
Durante esta reunião, o deputado Efraim Filho (PB) foi o responsável por defender a ideia. Ele argumentou que é necessário “obrigar” os deputados estaduais a votar o mérito da proposta para evitar que eles mantenham discurso contra a reforma e tomem o lugar dos deputados federais nas próximas eleições. Na proposta de reforma do governo Michel Temer, relatada pelo deputado Arthur Maia (DEM-BA), o texto que saiu da comissão especial previa um referendo das Assembleias e Câmaras Municipais em até seis meses, mas Efraim acha essa solução insuficient
— Não iria pela regra automática não. Deixa botar o dedinho e votar, ou os deputados estaduais vem tomar o lugar da gente aqui — disse Efraim.
O líder do DEM, Elmar Nascimento (BA), apoiou a tese e destacou que no seu caso o governador da Bahia, Rui Costa (PT), tem inclusive feito discursos contra a reforma. Ele destacou que a pressão que mais recebe na base é justamente dos servidores estaduais, como professores e policiais.
— Não consigo andar na Bahia sem estar rodeado de professor e policial. O governador diz que é contra. Então, problema dele — disse o líder, na reunião.