O presidente Jair Bolsonaro avalia remover o general Edson Leal Pujol do comando do Exército. A intenção, de acordo com fontes no governo, seria dar lugar a um militar mais fiel a ele, como o general Luiz Eduardo Ramos, atual ministro-chefe da Secretaria de Governo. A informação, que começou a circular neste domingo (3/5), em Brasília, gera apreensão nas Forças Armadas. O presidente estaria descontente com algumas ações do militar, como seus pedidos para que os brasileiros mantenham o distanciamento social em razão da pandemia de coronavírus e de seu escasso alinhamento com interesses do Planalto.
A eventual substituição de Pujol deixaria de lado diversas regras comuns do meio, como a alçada ao posto de comandante de militares mais antigos, como uma grande quantidade de títulos e que leva em consideração a hierarquia. Fontes ouvidas pelo Correio, tanto de militares que integram o Executivo, quanto de integrantes das três forças que estão alheios as relações políticas, avaliam que a possibilidade disso ocorrer "é muito difícil", mas se colocada em prática encontraria grande reprovação.
Mesmo não sendo dos militares mais aceitos pelos generais do alto comando do Exército, a saída de Pujol para dar lugar a um nome mais próximo do Planalto seria visto como uma interferência sem precedentes. "As Forças Armadas são instituições de Estado, e que estão alheias a disputas políticas. O presidente tem o poder para trocar o comandante, mas sabe que não deve fazer isso sem um forte motivo durante seu mandato. Esse motivo poderia por doença, falecimento ou à pedido. Mas nunca por jogada política", avalia um militar da cúpula do Exército.